quinta-feira, 5 de dezembro de 2013



Capaz de mover montanhas,
Como diz o velho ditado.
Não se afirma o que está certo,
Ou mesmo o que está errado.

Distinta de qualquer lógica,
Às vezes sem explicação,
Quando se tem fé em algo,
Mergulha-se nele de coração.

Talvez ela funcione,
Como meio de um refúgio incerto
Tanto físico quanto espiritual
Pode estar longe, pode estar perto...

Uma simples palavra,
Tão pequena e ao mesmo tempo tão mágica...
Como entende-la?
Só mesmo com a prática...

Ela nos faz sustentar,
Conceitos básicos do caráter individual,
Seja o amor, a religião ou a esperança,
Seja o bem, seja o mal...

É um meio de transporte,
Para um mundo que pode existir,
Em que tudo parece complexo,
Porém que não há como definir...

Acredite se quiser,
Nas palavras que lhe disse a pouco,
Basta somente ter fé,
Ache-me são ou louco.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Rosa dos campos

     Tudo o que já senti por você, bela rosa...

Por que se deixou escapar?
Lembro-me das primaveras em que seu doce aroma exalava sobre os ventos em que rondei, ah, e como rondei.
Eu, um pequeno inseto, a procura da mais bela rosa, que oferecesse a mim o açucarado néctar usado para se fabricar o mel, que é tão desejado.
Porque, por quê? Não entendo porque, você que era tão bela, talvez a mais bela flor dos imensos jardins primaverais pelos quais eu mesmo já sobrevoei. Porque me deixaste? Eu que só quis teu bem, eu que só quis sugar um pouco de seu pólen...
Tens raiva de mim, Rosa dos campos? Sou um humilde inseto, porém sou um zangão trabalhador, sempre colaborei com minha comunidade, compartilhando e doando parte de meus ganhos. Sempre que olhava teu brilho, teu encantamento, tua magia ganhava mais disposição. Só teu cheiro me proporcionava um dia feliz.
Porém, a primavera passou e tenho que me conformar, por isso, não posso aceitar sofrer novamente.
Não, não aguento mais sofrer. Já é outono e o que passou, passou... Só sei que uma coisa é certa, sua imagem ofuscante e linda, sempre ficará em minha memória para todo o sempre.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Loucura

Brilho intenso, mágica luz ofuscante,
Sua beleza erradia, penetra direto no peito.
O que será isso? De onde isso vem?
Do espaço nostálgico, incomum, estranho até.
Devo ir diretamente pra lá? Talvez, quem sabe?
Não, não estou louco! Diria que só um pouco menos humano...
Será que me entende? É capaz de sonhar tanto quanto eu?
Deve ser uma porta, um portal... Mas será que leva pra onde?
Não posso saber sem tentar! Terei de ir até lá para checar.
Mas... como? Voando, talvez? Será que é possível?
Espero que seja real... Não, tem de ser real! Mas e se caso não for?
Quantas dúvidas! Devo mesmo estar louco... Mas isso é ruim?
Quem pode dizer o que eu julgo ser real? Talvez só eu mesmo...
Talvez nem eu consiga me entender! Será que você me entende?
Nossa, mas que loucura! Quem sabe o quão complexo eu posso ser?
Até mesmo a complexidade deve me achar estranho... Oh não!
E agora? Como saberei se estou realmente são, ou loucamente irreal?
Talvez eu nem exista de verdade, quem se importa? Bem, eu...
Já nem sei mais o que sinto! Pode ser que... Pode ser... Nada pode ser!
Por que o TALVEZ e o PODE SER acabam por me enlouquecer?
Dúvidas, talvez? É, pode ser... Não é possível! Estou mesmo louco!
Não acho isso uma coisa tão ruim, ou mesmo desnecessária.
Quem sabe não seja até bom! A loucura é meio divertida...
Me distrai, me acalma... É melhor do que viver na realidade...
Realidade essa, que é tão inacreditável, que nem mesmo parece real...
Mas quem disse que é? Talvez nem mesmo o que eu digo é real!
Alguém pode afirmar com certeza? Acho que não...
Será que é errado achar? Nem eu mesmo sou certo, acho...
É, não é ruim! De uma coisa eu tenho certeza: Sou realmente louco!

Inacreditável vida humana

Num breve olhar paciente, porém fatal,
Todo instinto presente no reino animal.
Como uma gélida estátua a esperar,
O momento certo para atacar.

Já vê a presa e a encara,
Só o céu e a terra a separa...
Essa é a hora, não se pode falhar,
Ou a si mesmo poderá despontar.

Sem pressa, quase que imóvel, ela se aproxima,
Cara a cara com ódio, num poço de adrenalina...
Ela se prepara para o benefício à custa da presa,
Com o corpo apagado, mas com a mente acesa.

É assim que tudo funciona,
Enquanto um ri, o outro se decepciona.
É a lei da vida, por pior que seja,
´´ Faça o que eu falo, mas o que eu faço, nem veja! ``

Iludido está, se pensa que isso é longe do real,
Está tão próximo e sólido, quanto perigoso e mal.
Esta é a nossa vida, a hipócrita vida humana,
Nos afastamos de nossos erros, vivendo numa utopia insana.

Ocultamos as nossas dificuldades mais banais,
À fim de vermos falsos sorrisos, além do mais...
´´ Por que isso ocorre? `` você se interroga,
Porque por dinheiro e poder, o ser humano roga...

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Soneto de Dó Maior

O que é isso,
Que ecoa em meus ouvidos,
Que acalenta meus tímpanos,
E engrandece meu espírito?

O que é isso,
Que ritimamente me toca,
Deixando aberta a porta,
Do meu nobre coração aflito?

O que é isso,
Que chega suavemente,
Que aconchega meu corpo e minha mente,
Num soneto de Dó Maior?

Só um simples acorde,
Uma melodia compassada e uniforme,
Que consiga tocar qualquer alma;

Só um tom mais agudo,
Um sorriso profundo,
Que me ganha, me acalma:

Éres tú que me encanta,
Com a letra que canta,
Receba minhas palmas...

Toquemos juntos, agora e sempre, num soneto de Dó Maior.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lá naquele lugar

Uma utopia, por que não?
Um lugar onde nada é sólido.
Simplesmente miragem, um sonho bom...
Afinal, sonhar não tira pedaços.
Neste lugar, tudo é possível, sem limitações.
Abra sua mente, voe para bem longe.
Para longe deste seu mundo realista,
longe, bem longe deste lugar onde não se pode ser você mesmo, este seu mundo ruim...
Venha comigo, me dê sua mão.
Não pode tocá-la? Concentre-se mais!
Não tenha medo, aqui você está livre.
Pode sentir o que eu sinto? Ver o que eu vejo?
Não se torture, não se sufoque. Venha sem pressão alguma...
Afinal, é só uma ideia... Mas que boa essa ideia!
Vamos, está quase lá. Tente relaxar e se desprender.
Esqueça os problemas e vá calmamente fechando os olhos.
Não se preocupe, você vai conseguir.
Quando menos esperar, você já vai ter ido.
Não chore, vai ficar tudo bem...
Há pessoas lhe esperando lá naquele lugar.
É a hora certa, tem que vir comigo.
Vou contar até três e então partiremos.
Seja forte, é apenas saudade.
Não tenha medo, aqui você está livre.
É um... é dois... e três.
Pronto, já estamos à caminho de lá.
Afinal, é só uma passagem. É simplesmente uma fase.
Afinal, a morte não é tão ruim...

Utopia

               
Num lugar em que sonhos não são sonhos, onde a realidade não é real;
Num lugar em que a água é cristalina, onde a dor não é dolorosa;
Num planeta em que todos são iguais, tanto por dentro, quanto por fora;
Num mundo em que o amor, a paz e o respeito, prosperam acima de tudo;

Utopias tão utópicas, luzes iluminadas, aqui tudo é possível, basta
                                      Acreditar...

Numa galáxia em que o cérebro e o coração agem num dueto harmonioso;
Numa esfera em que a razão e a emoção aplaudem o ser vitorioso;
Numa terra onde quem comanda é um ser de energia pura;
Numa viagem onde nada, nem ninguém, necessita de uma estrutura;

Utopias tão utópicas, luzes iluminadas, aqui tudo é possível, basta
                                      Acreditar...

Quando as estrelas se unem num brilho único e uniforme;
Quando a Lua e o Sol se casam, deixando o céu meio estranho;
Quando as trevas são consideradas meras fases de regeneração;
Quando o ser chamado de humano se conscientiza de sua ação;

Utopias tão utópicas, luzes iluminadas, aqui tudo é possível, basta
                                      Acreditar...


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Nova casa, nova vida


    
 Ele não demorou a perceber que sua vida havia mudado por completo, afinal, nova casa, nova vida, novas experiências.
     Teve de se mudar, mas não sem motivos. Até porque, motivos eram o que ele mais tinha. Se fosse só ele que tivesse se mudado... Disseram que sua velha casa já não era mais habitável, que não havia mais condições de sequer passar mais um dia lá. Mas também, ele nunca quis que sua antiga casa, tivesse caído aos pedaços.
     Por isso teve de se mudar. A viagem até seu novo lar havia sido demorada, mas nada que ele não aguentasse. Afinal, sua antiga casa suportou por muito tempo as barbaridades que estavam sendo feitas com ela.
     Uma das desvantagens de se morar num novo lar, é ter de se acostumar com ele. Os médicos, por melhor que agissem, não conseguiriam curar a dor que ele sentira ao ver sua casa velha sendo deixada de lado.Quando todos disseram que já não haviam esperanças, ele negou.
     Você quer saber qual era o nome da antiga casa dele? Sim, ela tinha um nome. Nome, este, que não saia da mente do menino. O nome dela era Terra... Isso mesmo, a Terra que os próprios moradores destruíram, a Terra que nos fornecia tudo e que caiu aos pedaços bem na frente dele. Ele, assim como todos os outros, teve de se mudar com urgência para outro planeta habitável. Marte era sua nova casa.
Mas se engana quem pensa que sua simples, porém majestosa antiga moradia algum dia sairá da mente do menino. Muito pelo contrário, isso só serviu para aumentar o amor pela Terra e suas belezas; A mesma Terra que ninguém soube valorizar enquanto ainda era habitável.